segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

EXU POTEIRA



PRECE DE EXU

Sou EXU, Senhor. Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade, Tu o és, como és meu criador. Formaste-me da poeira Ástrica, mas como tudo que provém de Ti, sou real e eterno.
Permite Senhor, que eu possa servir-Te nas mais humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos. Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim; no entanto, nem suspeitam que nada mais sou do que o reflexo deles mesmos. Não reclamo, não me queixo porque esta é a Tua vontade.
Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes, sou arrastado a exercer a descrença, a confusão e a ignominia, pois esta é a condição que Tu me impuseste. Não reclamo, Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos, que criaste à Tua imagem e semelhança, serem envolvidos pelo turbilhão de iniqüidades que eles mesmos criam, e eu, por Tua lei inflexível, delas tenho que participar.
No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro n'algum coração, um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade.
Aceito sem queixumes, Senhor, a lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais porque os homens até hoje, não conseguiram compreender-me.
Peço-Te, Oh Pai infinito, que lhes perdoe.
Peço-Te, não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os teus humanos filhos.
Perdoa-os, e torna-os bons, porque somente através da bondade do seu coração, poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.

Fleruty (Exu Tiriri)
(Esta prece foi psicografada por A . J. Castro, da Cabana de Lázaro)

LLINHA DOS EXUS

A linha de Exus, é outra linha independente, assim como Ibeji, engloba-se no plano número 1 da Umbanda, através do qual tem se acesso aos planos positivos, por mérito e evolução, conseguidos através do trabalho de sapa.
Exú é a Polícia de Choque da Umbanda, é quem cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados. Existem três tipos de Exu, à saber:

  1. EXU PAGÃO
  2. EXU BATIZADO
  3. EXU COROADO
EXU PAGÃO: é aquele que não sabe distinguir o Bem do Mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou. EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, praticando os dois conscientemente; são os capangueiros ou empregados das entidades, à cujo serviço evoluem na prática do bem, porém conservando suas forças de cobrança.
EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Oguns, Xangôs e até como Senhoras.
Elemento e força da natureza: fogo
Dia da semana: segunda-feira
Chakra atuante: básico ou sacro
Planeta regente: Saturno e Plutão
Nota musical: dó
Cor vibratória: vermelho (totalmente), variando a tonalidade de acordo com sua evolução
Cor representativa: vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo (vide nota especial no final do capítulo *)
Cor do colar (guia): vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo, como acima
Saudação: Aruê-Exu, Arô-Exu ou Laroiê-Exu
Negativo: Quiumbas
Amalá: carne de porco ou de boi crua, cabrito, galinha preta, farofa com azeite de dendê, pimenta da costa, pipoca sem sal e sem açúcar, banana d'água
Otí: cachaça para os machos e champanhe ou anis para as fêmeas
Local de entregas: encruzilhadas, cemitérios, praias, lodo, pedreiras, etc.
Na representação dos pontos riscados, Exu pode utilizar três tipos de identificação de acordo com a sua evolução, a saber:

Exu

ENCRUZILHADAS

Encruzilhadas

As encruzilhadas da figura acima, são utilizadas para a entrega de agrados ou descargas, na forma seguinte:
Encruzilhadas abertas: para todos Exus (indistintamente)
Encruzilhadas fechadas: para todos os Exus (indistintamente)
Porteira de Curral: Exu das Sete Porteiras
Encruzilhadas Mistas: Exus mirins, etc...
Encruzilhadas em "S" ou curvas: Exu Tira-teima
Encruzilhadas em pé de galinha: Dona Pomba-gira
Encruzilhadas de estrada de ferro: Dona Maria Padilha
Encruzilhadas de caminho do mato: Dona Maria Molambo NOTA: Nas curvas em S nunca se caminha pelo lado do ângulo da curva. Nunca se deve atravessar as encruzilhadas em diagonal, principalmente as de dentro do cemitério. Ao utilizar-se uma porteira de curral, entra-se pelo lado direito e sai-se pelo esquerdo.
Nota especial da cor representativa e dos colares (guias) *
Vermelho e preto: para todos os EXUS de encruzilhadas.
Preto e branco: Para todos EXUS com chefia, independente do local a que pertença.
Preto e amarelo: Exclusivas para os EXUS da Calunga Pequena (cemitério)

EBÓ

O Ebó é o descarte das coisas desnecessárias.
Exemplo: restos de matanças, restos de amalás, ageuns, ervas, cêra, etc.
Exus femininos são conhecidos como Pomba-gira ou Bombogiras.

REPRESENTAÇÃO DOS EXUS ENTRE AS LINHAS DE UMBANDA

LINHA DE OXALÁ

7 - Exu Sete EncruzilhadasComando negativo da linha
6 - Exu Sete PembasRepresentante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Sete VentaniasRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Sete PoeirasRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Sete ChavesRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Sete CapasRepresentante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Sete Cruzes da CalungaRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DAS SENHORAS

7 - Exu MaréRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Dona Pomba-giraComando negativo da linha
5 - Exu Má-canjiraRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu CarangólaRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu NaguêRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Dona Maria MulamboRepresentante negativo na linha de Oxóssi
1 - Dona Maria PadilhaRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DE IBEJI

7 - Exu Veludinho da Meia-noiteRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu ManguinhoRepresentante negativo na linha de Senhoras
5 - Exu TiririComando negativo da linha
4 - Exu LalúRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu ToquinhoRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Exu MirimRepresentante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu GangaRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DE XANGÔ

7 - Exu PedreiraRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu CalungaRepresentante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu CorcundaRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Gira MundoComando negativo da linha
3 - Exu Meia-noiteRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Exu MangueiraRepresentante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu VentaniaRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DE OGUM

7 - Exu Tira-teimasRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Tira-tocoRepresentante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Limpa-trilhosRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Tranca-giraRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Tranca-ruasComando negativo da linha
2 - Exu VeludoRepresentante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu PorteiraRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DE OXÓSSI

7 - Exu da CampinaRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu BauruRepresentante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu LonanRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Capa PretaRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu PembaRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Exu MarabôComando negativo da linha
1 - Exu das MatasRepresentante negativo na linha das Almas

LINHA DAS ALMAS

7 - Exu Pinga-fogoRepresentante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu AlebáRepresentante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu BáraRepresentante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Come-fogoRepresentante negativo na linha de Xangô
3 - Exu do LodoRepresentante negativo na linha de Ogum
2 - Exu BrasaRepresentante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu CaveiraComando negativo da linha

Gráfico das linhas

exus e organograma




EXUS
Na corte astral, celestial, havia um anjo chamado Lúcifer, Anjo Belo, o primeiro dos querubins, com grandes poderes e conhecimentos. Estranhos sentimentos, orgulho e vaidade, penetraram em seu coração, fazendo com eu conspirasse contra Deus, querendo o lugar do Altíssimo. Conseguiu o, o Anjo Belo arrebatar uma legião de anjos para o combate causando assim uma revolta celeste. Sendo derrotado, o Anjo Belo, e obtendo assim a ira de Deus foi expulso e foi obrigado a levar a sua legião consigo. Chamado de Satanás (adversário do Pai) e também de Exus (traidor do Povo) pelo Pai Criador.
Seu Belo, Satanás, Exu, Diabo, Capeta, o Cão, Demônio, são algumas formas de chamamento de seu Lúcifer o rei das Trevas, do mal, porém sua falange é organizada com muito rigor e dureza.

“Exú que tem duas cabeças,
mas ele olha sua gira com fé;
uma é satanás do inferno;
e a outra é de Jesus Nazaré.”

Assim como na Santíssima Trindade, as três manifestações do Altíssimo são:
Pai – Obatalá; Filho – Oxalá; Espírito Santo – Ifá. Sua Alteza Lúcifer,
também apresenta-se numa Trindade, comandando o reino dos Exus, sendo:
Lúcifer, Béelzebuth; Aschtaroth.

Lúcifer comandante supremo, dá-se o direito de apresentar-se da maneira que desejar. Trajando capa preta com forro vermelho, possui dois chifres (cornos), é um autêntico cavalheiro, adora bebidas finas e bons charutos, apresentando-se sempre acompanhado de Pombo-Gira, possuindo dois auxiliares, Marabô (Put Satanakia) e Mangueira (Agalieraps).
Béelzebuth, apresenta-se com formas monstruosas de bode ou bezerro, possuindo dois auxiliares, tranca-Ruas (Tarshimache) e Tiriri (Fleruti).
Aschtaroth, Exu das sete Encruzilhadas, apresenta-se na forma de um homem normal muito bem vestido, dominando os caminhos que se cruzam, possuindo dois auxiliares, Veludo (Sagathana) e Exu dos Rios (Nesbiros).


Organograma do Reino dos Exus
mapexu



Marabô - (Put Satanakia) - é determinado a esse Exú, a fiscalização do plano físico, distribuindo ordens aos seus comandados. Apresenta-se como um autêntico cavalheiro, dominando o francês, apreciando bebidas finas e os melhores charutos. Exú de gênio muito difícil, raramente apresenta-se em terreiros.


Exú Mangueira - (Agalieraps) - Muito confundido com Marabô, salvo pelo fato de quando está sendo incorporado expele o cheiro forte de enxofre, também de gênio muito dificil, é necessário recorrer a Entidades Superiores para sua retirada


Exú Tranca-Ruas - (Tarchimache) - grandioso Exú. Todo terreiro deverá solicitar seus valorosos trabalhos antes de começar as seções. Sendo solicitado, guardará as porteiras dos terreiros com sua falange, contra os Quiumbas (Espíritos Obcesores). Guardião dos recintos onde se pretica a Alta Magia, como na Umbanda. Devemos saudar a este Grande Exú. É conhecido também como tranca Rua das Almas e Tranca Ruas de Embaé. 


Exú Tiriri - (Fleruty) - de grande força para despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rios, apresentando-se como um homem preto com deformação facial. 


Exú Veludo - (Sagathana) - bastante evocado na Quimbanda, principalmente na Magia Negra, atendendo com rapidez a quem recorre a sua proteção. Apresenta-se como um fino cavalheiro muito bem vestido, curiando bons conhaques e fumando bons charutos. sua presença é facilmente notada, pois possui "pés de cabra", gostando de trabalhar com "as moças


Exú dos Rios - (Nesbiros) - companheiro de Veludo, domina as margens dos rios e é confundido com um Caboclo de Penas, porém, usa vestimentas de penas negras e apresentando também, chifre. Comanda a Linha Mixta da Quimbanda


Exú Calunga - (Syrach) - comanda uma falange de 18 Exús, apresentando-se como um anão. Também chamado de Gnomo, Calunguinha, Duende ou Saci. Comanda mais quinze outros Exús, que são: Quebra-Galho, Pombo-Gira, Tranqueira, Sete Poeiras, Gira Mundo, Das Matas, Dos Cemitérios, Morcêgo, Sete Portas, Sombra, Tranca Tudo, Pera negra, Capa preta e Marabá. 


Exú Omulú - Meu Pai, Atotô, Meu Pai! No culto nagô é chamado de Abaluaiê ou Abaluaê. Senhor Supremo dos Cemitérios (Calunga menor), incumbido de zelar pelos mortos ali enterrados. Apresentando-se nos terreiros coberto por um lençol ou toalha branca, tendo que ser levantado por médium de muita firmeza. Comandando uma das mais poderosas Linhas da Quimbanda, a Linha das Almas. Senhor de um grande poder, comparado apenas ao Maioral, "Seo Lúcifer". Quando solicitado, trabalha para minimizar o sofrimento dos filhos, recebendo obrigações, presentes e solicitações no cruzeiro do cemitério. possuindo dois grandes colaboradores, Exu Caveira e Exu da Meia-Noite.


Oxalá Meu Pai
Tem pena de nós, tem dó
A volta do mundo é grande
Seu poder ainda é maior! Atotô Meu Pai, Agô!


Exú Caveira - (Sergulath) - auxiliar direto de Exú Omulú, seu braço direito, é o guardião das porteiras dos cemitérios, onde devemos salvar seu Caveira. Transmite muito medo e respeito, nas seções e nas entregas. Apresenta-se com seu rosto na forma de uma caveira, não tendo hora certa para se apresentar, sendo por volta da meia-noite, o costumeiro. Lidera e tem sob seu comando sete Exús, a saber: Tata Caveira, Brasa, Pemba, Maré, Carangola, Arranca-Toco e Pagão. Além desses, comanda também Exú do Cheiro (Cheiroso) - (Aglasis) - que tem sob sua guarda outros quarenta e nove Exús. 
 

Exú da Meia-Noite (Hael) - especialista nas forças ocultas, decifrador de quaisquer idiomas ou letras, apresenta-se de capa preta e seus inconfundíveis olhos de fogo e pés de cabra. Seu horário é a meia-noite daí seu nome, neste momento, não se encerram as seções nos terreiros, pois Hael está de ronda. Dizem que São Cipriano, aprendeu de Hael tudo qe sabia em relação a Alta Magia, (Livro da Capa Preta). Lidera também sete Exús: Mirim, Pimenta, Malé, Sete Montanhas, Ganga, Kaminaloá e Quirombô. Comanda ainda o Exú Curadô (Meramael). 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O CASAMENTO NA UMBANDA





O Casamento na Umbanda



LURDES DE CAMPOS VIEIRA / SUP. RUBENS SARACENI
O elemento humano vital, o impulso universal que tudo cria e gera, que motiva duas pessoas a unirem suas vidas em uma existência comum,  é o Amor. O verdadeiro sentido do casamento é a fusão de duas  almas, é deixar de ser parte para tornar-se todo.  A união das forças do homem e da mulher, em um compartilhar  sincero de du­­as vidas, faz aflorar uma parte funda­men­tal do ciclo  humano. O casamento é o elo mais forte e perpetuador da sociedade,  é a união solene entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação  religiosa e/ou civil, para a constituição de uma família. A família deve funcionar como o berço dos valores que formam o caráter  e a personali­dade do ser. O casamento é perpetuador da família e da  espécie.
Os primeiros conceitos de ética e moral, a primeira idéia e concepção sobre o que é Deus, religião e religiosidade, aparecem na família,  uma das principais bases de nossa sociedade. Isso coloca em evidência  a im­portância da união matrimonial, da integra­ção e da valorização da  família com a re­ligião. O casamento não é apenas uma ins­tituição humana, mas é também instituição divina. Não podemos esquecer que a lei dos homens não é mais importante que as bênçãos de Deus. Para isso, o Divino Cria­dor, Olorum, precisa estar presente, como Sacramento (sinal), na vida dos casais. Sem Olorum, o casamento pode tornar-se um fardo muito pesado de se carregar. O amor humano e o desejo sexual podem se exaurir rapidamente, e, portanto, não serem sufi­cien­tes para sustentar a relação.
O casamento significa uma verdadeira aliança do casal com o plano divino, pois o Divino Criador é Amor, é união, é dádiva, é bondade infinita. A bênção de Deus fortale­ce o casamento, na realidade do dia-a-dia, restaurando-o com Sua misericórdia, sem­pre que necessário; proporciona cresci­mento espiritual e aproxima o casal do Divino Criador.
O casamento na Umbanda é um ritual belo, simples e singelo, no qual o sacerdote ou a sacerdotiza, ou a entidade responsável, pela outorga a eles conferida, dá as bênçãos divinas para a união do casal, lembrando-lhes os valores e o significado dessa união. A Umbanda prega a monogamia, a fide­lidade, o respeito mútuo e o amor a Deus. O bom relacionamento deve ser dinâmico e sua harmonia só pode ser alcançada com Amor, Respeito, Dedicação, Crescimento e Maturidade.
Preparação: Em frente ao altar, deverá estar arrumada uma mesa, orna­mentada com uma bela toalha branca ren­dada. No chão podem ser colocados belos vasos com flores. Sobre a mesa, castiçais com velas: branca, para Pai Oxalá, e azul-claro, para Mãe Iemanjá. Também deve haver sobre a mesa água, pemba ralada e crisântemos, uma vela rosa para a noiva, representando Mamãe Oxum e uma vela azul-turquesa para o noivo, representando Papai Oxumaré. Esses orixás simbolizam a união para a preservação da vida.
A água, em um cálice ou taça, significa a vida e a purificação. É utilizada para banhar as alianças.
A pemba, representa o alimento, a terra, a firmeza e a estabilidade.
O crisântemo é utilizado para aspergir a água, abençoando, para colocar as alianças dentro e porque foi a flor indicada pelos mentores, pois traz harmonia, quietu­de, paciência, tolerância e benevolência.
Em frente à mesa, no chão, devem estar duas belas almofadas brancas, de cetim, para que nelas os noivos se ajoelhem ou um genuflexório no qual os noivos fiquem bem acomodados. Os médiuns poderão estar formando a corrente mediúnica, os homens à esquerda e as mulheres à direita, de frente para o altar. No meio, deixar um corredor, com 7 médiuns mulheres do lado direito e 7 médiuns homens do lado esquerdo, segurando palmas brancas, formando uma espécie de “túnel de flores”, para a passagem da noiva, na entrada, e dos noivos, na saída. O corredor poderá estar coberto com pétalas de rosas ou folhas de outras plantas. Ele simboliza o caminho florido que estão pisando juntos. 
O trabalho: O (a) dirigente poderá abrir o trabalho, normalmente,  com a Cu­rimba entoando o Hino da Umbanda, can­to de abertura,  defumação, louvor a Pai Oxalá e às Sete Linhas, etc. A seguir, chama o  noivo e os padrinhos para a frente, ao la­do do altar. 
Entrada da noiva: A Curimba faz canto para a entrada da  noiva, que se dirigirá à frente do altar, encontrando-se com o noivo. Os  padrinhos posicionam-se ao lado, atrás dos noivos, segurando as ve­las na  mão direita. O padrinho segura a vela azul e a madrinha a vela rosa. O  sacer­dote posiciona-se em frente aos noivos. 
EXPLANAÇÃO : O(a) dirigente pode­rá explanar sobre a doutrina, sobre o sacra­mento  que será realizado, orientar os fiéis sobre a importância de se ter  uma religião, do cultivo da religiosidade e do casamento. Poderá falar  aos noivos sobre a importância do casamento na Umbanda.
O Matrimônio: “Estamos aqui reu­nidos, sob a luz de nosso Pai Olorum, pedin­do a nosso Pai Oxalá e aos Protetores, para que seja  abençoada e se consagre a união de nosso irmão (nome do noivo) com  nossa irmã (nome da noiva). Essa união é desejo de ambos, para darem  prosseguimento às suas vidas aqui no plano físico, porque é a condição fundamental, uma necessidade para a preservação da própria espécie. Que ela seja abençoada e seja o início de uma caminhada em comum. Queremos para­beni­zar a decisão dos noivos, pois é assim que procedem as pessoas que se amam e querem dar seqüência a uma família. O Amor é um sentimento, uma sensação, uma fonte alimentadora do ser, um princípio gerador, que extrapola as fronteiras do universo pessoal, mesclando-se à vida. Nosso Divino Criador, Olorum, gerou espíritos masculinos e femininos e as espécies aos pares, machos e fêmeas para se complementarem. A união dos pares faz parte de uma das formas de sustentação da vida e da multiplicação da espécie humana no planeta. Quando ama­mos e somos amados, muda a própria visão que temos do mundo, pois ele nos parece muito melhor e mais bonito. Tornamo-nos mais tolerantes, mais humanos, mais fra­ternos e mais saudáveis. Felizes são os que se unem com seus pares!
O casamento é a união estabelecida por Deus, para o nosso aperfeiçoamento. Só os que se unem em Deus, com Suas divin­da­des amparando-os, são plenamente felizes, respeitados pela sociedade, pelos familiares e pelos amigos. Um relacio­na­mento afetivo só será bem-sucedido se hou­ver respeito e entendimento mútuo, se hou­ver cumprimento do dever moral e se cada um der o que tem de melhor para a felici­dade do casal, para ver no outro a satisfação da vida. É isso que Deus quer de vocês! A Umbanda adotou os procedimentos de nossa cultura ocidental, que é monogâmica. Mas, a fidelidade não deve existir por mera convenção social, e, sim, porque estaremos cumprindo diante de Deus o que aceitamos do plano espiritual. O dever moral, na ordem dos sentimentos, é muito difícil de se cumprir e suas vitórias não têm testemu­nhas. Dever é coragem da alma que enfren­ta as angústias da luta. A obrigação moral para com Deus jamais cessa e o homem que cumpre seu dever ama a Deus mais que às próprias criaturas.
A mesma lei que nos ampara, nos pune quando a infringimos. Se o Amor não resistir ao tempo e um dia vier a separação, que não haja traição nem ofensas. Em religião, nenhuma infidelidade é aceita. Os casais que não seguem regras racionais, acabam por se­parar-se, mas o plano físico é apenas uma passagem. A separação com antipatia, com sentimentos de mágoa, ódio, gera carma que se desdobra no plano espiritual.
O casamento é a união de dois espíritos, de duas vontades, de duas consciências, pa­ra assumir as funções de marido e esposa. Implica em conduta, preservação de pre­ceitos, mudanças interiores, amparo e res­pei­to. A união necessita de reflexão, para que se tenha consciência das responsabi­lidades daí em diante, para dar orientação aos que vierem dessa união.
Pai e mãe devem ter condutas exem­pla­res, nas quais o filho possa se espelhar para um dia ser feliz em sua união, também. Cada um de vocês, hoje, assume um dever para com o outro, de respeito mútuo, de es­ti­mular, de amparar, de compartilhar ale­grias, tristezas e dificuldades.
Na união do sagrado matrimônio, estão unindo seus espíritos diante de Deus, estão assumindo um compromisso de trilharem um único caminho, juntos, com Amor. O ca­sa­mento é a cerimônia religiosa mais importante de todas, porque é o momento em que um se responsabiliza pelo outro, com renúncias em benefício mútuo.” 
A cerimônia de casamento: O(a) sacerdote (sacerdotisa) deverá coordenar o propósito do culto do dia com as necessidades da assistência.  O(a) sacer­dote(sacerdotisa) diz aos padrinhos: 
ORIENTAÇÃO AOS PADRINHOS: Ser padrinho e madrinha de casamento é um ato social, mas, para os Sagrados orixás, sua função é a de atuarem como luzes na vida de seus afilhados, para que, no caso de desavenças, eles possam chamá-los para conversar e se orientar. Vocês deverão tra­balhar as dificuldades do casal, com har­monia, com a razão e não com a emoti­vi­da­de, para não desenvolver rupturas e car­mas. Quem está na dificul­dade não consegue tomar decisões acertadas; aí é importante a ação dos pa­drinhos. Ser padrinho e madri­nha é ter ascendência sobre os afilhados, para chamá-los à atenção quando necessá­rio. Nesse caso, poderão ser utilizadas as velas, deixando-as acesas um pouco, para equilíbrio, para que voltem a se ver como hoje, como par, casal que se ama. Apagar as velas em seguida.
O(a) sacerdote(sacerdotisa) une as mãos dos noivos, coloca a sua mão direita sobre as deles, reza e diz ao casal — A você (nome do noivo) e a você (nome da noiva), que hoje estão aqui para dar esse passo importante, peço a bênção dessa união a nosso Pai Oxalá. Em nome de Deus Pai, Todo-Poderoso e dos Sagrados orixás, pelo poder a mim conferido pelos orixás eu per­gunto: “Estão conscientes da responsabi­lidade que estão assumindo?”
O(a) dirigente pega e abençoa as alian­ças, que antes foram colocadas na água, na pemba e no crisântemo. Eleva as alianças, para que recebam as bênçãos, a imantação divina, enquanto os noivos permanecem ajoelhados.
“Nosso Deus, nosso Pai, Divino Criador, Sagrados orixás, peço-Vos que derramem Vossas bênçãos sobre estes símbolos de união, para que quando forem usados, os noivos sempre se lembrem do compromisso assumido diante de Vós.  A Curimba canta pontos de união. Exemplo:
Pai Olorum, abençoe esta união } bis
Estão aqui em Vossa casa }
Pra pedir Vossa bênção. } bis)
“Peço ao Divino Olorum, a nosso Pai Oxa­lá, aos demais orixás e protetores que abençoem esta união sagrada, derramando suas luzes sobre vossas coroas. Peço-lhes que esta união ocorra também em espírito, pa­ra que, unidos diante de Deus, usufruam dos benefícios do sagrado matrimônio, para fortalecimento do vosso espírito e do elo que neste momento está se estabelecendo entre ambos. Pede aos noivos que se levan­tem e pergunta:
para a noiva: (nome da noiva) é de livre e espontânea vontade que você recebe (nome do noivo) como seu esposo?
para o noivo: (nome do noivo) é de livre e espontânea vontade que você recebe (nome da noiva) como sua esposa?
Após o sim, “então, que seja anotado no Livro das Uniões e que, agora, vocês tro­quem as alianças, que representarão essa união perante a sociedade. Que abençoados sejam vocês em sua união, para vivenciarem o Amor, que já foi vivenciado em outros pla­nos, e aqui repitam a alegria da vida. O(a) dirigente assina o livro e diz:
“Agora estão unidos perante Pai Olo­rum e perante os Sagrados orixás. Que De­us os abençoe! E porque diante de Deus e da Umbanda estão unidos como marido e mulher, finalizamos esta cerimônia, pedindo que assinem nosso livro. “Podem se beijar!”
A Curimba poderá cantar hinos e pontos de alegria (8.3 — 2.4).
O sacerdote ou sacerdotiza entrega as velas aos noivos, orientando-os para que elas sejam preservadas sempre em pé. Parabeniza-os. Noivos, padrinhos e teste­mu­nhas assinam o livro.  Saída dos noivos, com canto da Curimba, para recebimento dos cumprimentos. Encerrar o trabalho.

Texto extraído do livro “Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista - Coordenação de Lurdes de Campos Vieira / Supervisão de Rubens Saraceni - Editora Madras.

ATO DEVOCIONAL

ATO DEVOCIONAL
Ato devocional é uma ação praticada a partir de nossa fé nos poderes do nosso divino criador Olorum e nos dos nossos Sagrados Orixás.
Nossa fé é o elo com os poderes deles e além de canaliza-los e direciona-los para onde e para quem queremos ajudar, a força da nossa fé alimenta toda a ação que estará sendo realizada para os beneficiários do nosso ato devocional, que tem um momento para começar, mas que se desdobra no tempo e se prolonga na vida das pessoas beneficiadas.
Todo ato devocional se sustenta nos nossos sentimentos de fé, amor, compaixão e piedade para com nossos semelhantes, aos quais queremos vê-los bem e atendem aos propósitos divinos, pois são através deles que os poderes de Olorum e dos Sagrados Orixás fluem para as pessoas beneficiarias da nossa devoção religiosa, sustentadora de todos os nossos atos em prol dos nossos semelhantes encarnados e os desencarnados, mas que também necessitam do nosso auxilio.
O ato devocional umbandista, quando praticado com amor, compaixão e piedade para com os espíritos sofredores é tão poderoso que de nossas mãos saem feixes de luzes que os envolvem e cura-os, que os aliviam de seus sofrimentos e pacificam seus íntimos, atormentados pelos rigores da lei para com os que, aqui na terra, se entregaram de corpo e alma às coisas mundanas e se esqueceram de que a vida não se acaba com a morte do corpo físico, mas sim, se prolonga no plano espiritual, onde haveremos de colher os frutos de nossa passagem terrena, materialista ou espiritualizadora.
O umbandista deve crer no poder do nosso divino Criador Olorum e no dos Sagrados Orixás, as potencias criadoras e governadoras da Criação.
O poder do ato devocional umbandista é tão grande que, quando direcionado para alguém necessitado, dispensa a ida da pessoa à natureza e tudo acontece a partir de uma única vela, de um copo com agua, de um ramo de erva e de uma oração em beneficio dos necessitados.
Poucos prestam muita atenção às recomendações dos guias espirituais quando eles mandam os consulentes acenderem uma vela em sua casa para Deus e determinado Orixá, mas o guia esta praticando um ato devocional, pois estará na casa da pessoa e, após ela fazer o que foi pedido, ele ativará, através de um ato devocional, o poder do Orixá em beneficio da pessoa necessitada, inundando sua casa e sua vida com as luzes vivas e divinas, que tem poder de realização porque proveem diretamente dos seus irradiadores divinos. 
 - Como auxiliar espíritos sofredores na Luz de Pai Oxalá.
"Cada espirito sofredor que você ajuda é uma luz que ascende em sua coroa." 
 Pai João de Mina 
- Acenda uma vela branca de 7 dias;
- Elevá-la acima da cabeça, Consagrando:
“Consagro essa vela ao Divino Criador Olorum, ao Pai Oxalá, a todos os meus Orixás Pessoais, aos meus Guias e Protetores espirituais. Amém!”
 - Colocá-la sobre o altar. Ajoelhar-se, elevar as mãos na altura da chama da vela e fazer esta oração:
     “Meu Pai Oxalá eu Vos clamo que envie a Sua Luz Viva e Divina da Fé para a chama esta vela e que ela envolva-me completamente e, a partir de mim, projete-se para toda esta minha casa, pra todos os meus familiares que aqui vivem comigo, para todas as nossas Forças Naturais, Espirituais e Divinas e que, a partir de cada um de nós Ela projete-se ao infinito, alcançando tudo e todos que estiverem ligados a nós negativamente ou conosco tenham se antagonizado, alcançando todos os espíritos sofredores alojados dentro da minha casa ou dos meus campos vibratórios, neutralizando todos os seus negativismos, decantando todos os seus sentimentos negativos, purificando-os e transmutando-os, positivando-os, reordenando-os, reequilibrando-os e encaminhando-os para os seus lugares na Criação. Amém!”

ASSENTAMENTOS DE FORÇAS E PODERES




Introdução:
Uma das maiores dificuldades para os médiuns umbandistas encontra-se no campo dos assentamentos de forças e de poderes que lhes darão a sustentação, a defesa e o amparo em seus trabalhos ou em suas sessões espirituais.
O assunto é complexo e sua abordagem é delicada porque, tal como no campo das oferendas, algumas coisas mudam de pessoa para pessoa e o que é certo e necessário para uma não é para outra força (ou outro poder).
Comecemos por definir o que é força e poder:
• Usamos a palavra força para o que é espiritual ou provem do espírito.
• Usamos a palavra poder para o que é divino ou provem da divindade.
O que é espiritual não é divino e vice versa. Logo, é necessário que usemos as palavras que diferenciem e classifiquem corretamente as entidades que formam o lado invisível da criação e que estão dando sustentação a Umbanda.
• Poder é algo permanente, estável e realiza-se por si só na vida de seus beneficiários, não dependendo de nada além de Deus para influir sobre tudo e todos em seu campo ou faixa de atuação.
• Força é algo transitório, instável e em permanente evolução, as vezes mostrando-se em seu estado potencial e outras mostrando-se em atividade, sempre dependendo da existência do poder para ser colocado em movimento e beneficiar-nos.
Há diferença entre poder e força e entre divindade e espírito.
A divindade é o poder, o espírito é a força!
A divindade realiza-se por si na vida dos seres porque é em si a ação, enquanto o espírito só pode e consegue agir sobre os seres se a divindade lhe conceder poderes para tanto.
Tomemos como exemplo o Orixá Ogum e os Caboclos de Ogum, para que não fiquem dúvidas  quanto as diferenças que existem entre poder e força.
• Ogum é Orixá ordenador da criação e modelador do caráter e da moral dos seres, visto que ele é o poder em si manifestado por Deus para atuar sobre tudo e todos ao mesmo tempo sem que nunca perca seu poder se atuação; nunca se enfraqueça; nunca deixe de ser onipotente, onisciente e oniquerente.
Ogum é o poder de Deus em ação permanente, imutável e intransferível; o que Ogum faz só Ogum pode e consegue fazer.
Ele independe de algo mais de Deus para ser o que é ou como é, e nada posterior ou inferior a ele influencia-o ou altera esse seu estado de ser e de poder.
Ele modela o caráter e a moral dos seres. Independentemente de sua vontade, sua influencia se faz sentir na própria consciência de todos os transgressores das leis divinas e humanas, não importando se conhecem ou não Ogum, pois “ogum é um dos nomes humanos já dados a esse poder, que já recebeu outros nomes e no futuro receberá outros.
Tenha o nome que lhe for dado, ainda assim ele continuará a ser o que é: o poder modelador do caráter e da moral dos seres e o ordenador divino dos procedimentos.
O poder de Ogum é inalterável, estável, permanente e independe de um nome para atuar sobre tudo e todos em sua faixa ou campo de atuação na criação.
Isso, para nós, é o poder e está bem definido!
Quanto a força pegamos como exemplo para defini-la os Caboclos de Ogum, para que fique bem claro o seu significado.
Um Caboclo de Ogum é um espírito em constante evolução consciencial e, a partir dessa sua evolução, novos campos ou faixas de atuação vão lhe sendo abertas pelo Orixá ou poder Ogum.
Quanto mais o Caboclo de Ogum evolui e se aperfeiçoa consciencialmente, maior é o seu campo de ação e maior é seu poder de atuação sobre outros seres espirituais, aos quais ampara, direciona e modela no caráter e na moral.
Enquanto atua de dentro para fora dos seres, o Caboclo de Ogum atua de fora para dentro.
• O poder realiza-se por si só.
• A força só se realiza por intermédio de algo ou de alguém.
• O poder tem atuação permanente e atua “por dentro” das coisas ou dos seres.
• A força tem atuação limitada no tempo e atua “por fora” das coisas ou dos seres.
O poder regula a natureza, seja a de um ser ou do meio em que ele vive, proporcionando-lhes estabilidade e equilíbrio interior.
A força altera essas naturezas, proporcionando-lhes alterações e reequilíbrios ou adaptações exteriores.
Em um meio cuja a natureza é fria, tal como as regiões próximas dos pólos, vivem seres (animais, aves, peixes, plantas, etc.) específicos dele. Já nós, os seres humanos, se quisermos viver nessas regiões, temos que construir moradias especiais; temos de cobrir nosso corpo com roupas especiais e temos de trazer de longe alguns artigos indispensáveis à nossa sobrevivência.
• A natureza terrestre é regulada pelo poder. Nós recorremos à força para alterarmos o meio natural de alguma forma, adaptando-o externamente às nossas necessidades porque, “internamente”, as regiões polares sempre serão frias e não conseguiremos mudar esse seu “estado”.
Recorrendo a esse exemplo, podemos diferenciar o poder e a força porque enquanto poder ele faz os pólos serem como são e esta, enquanto força, só pode alterá-lo se criar adaptações para que os seres não pertencentes à sua natureza neles sobrevivam.
O poder de Ogum, por modelar de dentro para fora, faz com que os meios sejam como são, cada um com sua natureza específica. E o mesmo faz os seres, proporcionando uma natureza intima especifica para cada espécie.
• Os peixes são como são.
• As aves são como são.
• Os bichos são como são.
Vivendo em seus habitats naturais, são hoje como eram no passado pré-historico e esse “modo de ser” de cada espécie permaneceu inalterado ao longo dos tempos. Se ocorreram mudanças, elas foram “por fora”, para adaptá-los a algumas mudanças físicas e climáticas.
Conosco também ocorreu isso e “internamente” somos os mesmos que éramos quando Deus nos criou.
Nossa natureza íntima permaneceu inalterada e, se ocorreram mudanças, foram externas.
• O poder modela as coisas (natureza, seres, espécies inferiores, etc) de dentro para fora, dando-lhes um estado específico que é permanente, diferenciando umas das outras e qualificando-as.
• A força entra em ação quando as alterações exteriores começam a descaracterizar as coisas, desqualificando-as ou desequilibrando-as.
Por isso Ogum (o poder) tem nos espíritos graduados como instrumentos da lei suas forças, que são colocadas em ação sempre que as atuações de dentro para fora já não são suficientes para manter o equilíbrio.
É nesse ponto, nessa necessidade da atuação de fora para dentro, que os espíritos (a força) adquirem importância e tornam-se indispensáveis para a manutenção do equilíbrio entre o lado interior e o lado exterior dos seres, dos seres e da própria criação como um todo.
Como o lado divino da criação atua de dentro para fora e os Orixás vivem no seu lado divino, foi preciso a criação de algo que permitisse a exteriorização desse poder e sua colocação em ação a partir do próprio meio em que os seres vivem.
Dessa necessidade surgiram os santuários naturais, os templos, os altares, os assentamentos, as firmezas, as oferendas, as imagens, os instrumentos mágicos, etc.
Não se trata de animismo, de paganismo, de idolatria, de fetichismo etc., mas de formas de exteriorização do poder para que melhor ele possa nos auxiliar e nos beneficiar “dentro” do próprio meio em que vivemos.
Como nosso assunto são assentamento de poderes e de focas pelos médiuns e dirigentes espirituais umbandistas, cremos que está justificado o ato de assentarem os orixás e guias espirituais para que melhor possam ajudar as pessoas necessitadas desse auxilio adicional que Deus nos franqueou e colocou à nossa disposição.
Um assentamento é um local especial porque nele há um portal “tridimensional” que interage de forma permanente entre as três dimensões ou lados da vida: o lado divino, o natural e o espiritual.
Essas três dimensões ou lados da vida já interagem de forma permanente nos santuários naturais consagrados aos poderes e às forças e neles podemos entrar e trabalhar em nosso benefício ou no dos nossos semelhantes.
Mas em nossa casa ou em nosso centro, aí se faz necessário o auxilio dos assentamentos para que os três lados possam interagir e realizar ações corretas em benefício dos necessitados, sem que estes tenham de ir até a natureza continuamente.
Assentam-se forças divinas, naturais e espirituais.
Esses assentamentos são importantes porque são em si portais multidimensionais e interagem com realidades de vida ainda desconhecidas por nós, os espíritos encarnados.
Mas, como afirmamos no inicio dessa introdução, uma das maiores dificuldades dos médiuns e dirigentes umbandistas reside nesse campo porque há um grande desconhecimento sobre assentamentos e firmezas dos poderes e forças que sustentam e se manifestam por intermédio da religião e da mediunidade dos seus praticantes.
• Um assentamento é algo abrangente e envolve todo um poder.
• Uma firmeza é algo mais limitado e concentra-se em uma entidade, seja ela divina, natural ou espiritual.
Firma-se um Orixá, um ser da natureza ou um espírito! Agora, um assentamento é algo tão abrangente que ele por si só é realizador e é capaz de dar sustentação a todas as ações realizadas dentro do campo abrangido por ele: o Centro de Umbanda.
O que é um assentamento?
Assentamento é o local onde são colocados alguns elementos com poderes magísticos, com a finalidade de criar um ponto de proteção, defesa, descarga e irradiação.
Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a várias. Mas, em geral, faz-se um para cada força ou poder que se deseja assentar.
- Por que assentar uma força ou poder?
Bom, as forças vivem no plano espiritual e os poderes vivem no plano divino da criação, e, a  partir deles, enviam-nos suas vibrações, auxiliando os trabalhos espirituais que são realizados nos Centros de Umbanda.
Esse auxílio é natural porque se processa religiosamente. Mas, como em um trabalho espiritual vem pessoas com poderosas cargas negativas, é preciso que exista no plano material pontos de descarga que possam absorvê-las e enviá-las de volta à faixas vibratórias negativas.
Esta é um a das funções de um assentamento de força e de poderes.
A entidade assentada (Orixá ou Guia Espiritual) tem no assentamento elementos com poderes mágicos, os quais utiliza ativando-os segundo as necessidades do Centro, do trabalho espiritual e dos médiuns.
Em regra, faz-se um assentamento central e daí em diante começa a firmeza de outras forças ou de outros poderes ao seu redor, aumentando seu campo de ação e de atuações.
Se é o assentamento de um Orixá, outros não devem ser assentados ao redor ou ao lado dele, porque cada um é um poder realizador em si mesmo, e dois ou mais assentamentos dentro de um mesmo ambiente criam dois pontos distintos que farão a mesma coisa e o recomendado é que, caso alguém queira assentar dois ou mais Guias ou Orixás, então deve reservar um ambiente para cada um, separando-os e isolando-os para que suas vibrações, irradiações, ações e atuações não se misturem e não se confundam. Por isso existem os assentamentos e a firmezas.
Os assentamentos criam vórtices ou “pontos de forças”, enquanto as firmeza de outros guias e Orixás dotam-no de um maior poder de realização.
Esse aumento de poder de realização deve-se ao fato de que os Guias e os Orixás firmados ao redor do assentamento central “emprestam-lhe suas forças e poderes e abrem-lhe seus campos de ações e atuações, aumentando o leque de opções ao Guia ou ao Orixá assentado, que lhe repassará atribuições às quais exercerão com desenvoltura, porque terão no assentamento um poderoso ponto de descarga, de proteção e de auxílio nas suas ações mais profundas.
Normalmente se assentam o guia-chefe e o Orixá regente da coroa do dirigente espiritual, assim como ao seu Exu e/ou sua Pombagira guardiã.
• Os assentamentos do Guia-Chefe e do Orixá devem estar localizados dentro da cosntrução que abriga o terreiro.
• Os assentamentos do Exu e/ou da Pombagira guardiã devem ser feitos do lado de fora da construção principal que abriga o terreiro, ainda que também possa estar dentro de outra construção de menor porte.
O ideal ( ainda que isso nem sempre seja possível) é que os assentamentos dos Orixás e dos Guias-Chefes da direita e da esquerda se localizem em cômodos isolados e com acesso restrito, inacessível ao público.
Quando o centro não tem espaço para tanto, aí o recomendado é que assentem o Orixá e o guia-chefe da direita sob o altar e o Exu e/ou a Pombagira guardião em uma casinhola na entrada do terreno que abriga o terreiro.
Centros localizados em terrenos e construções amplas tem mais facilidade para fazê-los. Já nos menores, aí é preciso um pouco de criatividade para fazer os assentamentos e as firmezas ao redor.
O que é uma Firmeza?
A firmeza de uma força ou de um poder; pode ser feita ao redor de um assentamento ou independente dele.
Firmar um guia espiritual ou um Orixá significa proporcionar-lhe condições mínimas para que tenha um ponto fico onde receba os pedidos de auxilio; de oferendas, etc.
A firmeza assemelha-se a um assentamento, mas tem menos recursos ou poderes de realização, pois é uma simplificação dele e destina-se a facilitar a atuação das entidades.
Um assentamento cria um vórtice e um campo eletro-magnético que interagem com outras dimensões da vida de forma permanente, sendo em si um “ponto de força” localizado nas dependências do terreiro.
Enquanto uma firmeza cria um ponto de sustentação para as ações da entidade firmada, dando-lhe um pouco mais de segurança para que possa resistir às reações das suas atuações em beneficio das pessoas necessitadas do seu auxilio.
• Um assentamento assemelha-se a uma fortaleza que abriga um exército completo, com todas as suas divisões.
• Uma firmeza assemelha-se a instalação avançada de uma divisão.
No assentamento estão todas as divisões, na firmeza está somente uma ( a da entidade firmada).
• Um assentamento é algo definitivo, uma firmeza pode ser transitória.
• Um assentamento deve ser iluminado de forma permanente e deve ser alimentado periodicamente com elementos predeterminados.
 Uma firmeza pode ser iluminada periodicamente e pode ser realimentada de vez em quando.
Um assentamento deve ter um dia definido na semana para ser iluminado e realimentado; já uma firmeza, deve ser iluminada e realimentada sempre que o seu zelador fizer um novo pedido de auxilio à entidade firmada.
 Assentamento e firmeza são similares e a segunda é uma simplificação do primeiro, mas tem as mesmas funções, que é protegerem, sustentarem e ampararem algo ou alguém. 
Fonte: Rituais Umbandistas - Rubens Saraceni - Ed. Madras

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os 12 signos animais
Eu sou o auto-proclamado aquisidor . Contudo eu sou uma ligação,  eu funciono como uma unidade completa. Eu viso atingir metas se necessário golpeio o meu alvo de forma certa e constante. A vida é uma viagem agradável para mim. Cada busca deve terminar com uma nova  questão. Eu sou o progresso, exploração e introspecção. Eu sou o motor da actividade.
Nascido em 1924, 36, 48, 60, 72, 84, 96, 08 - EU SOU O RATO
I am the Ox
Eu  sou  a  força estabilizadora que perpetua o ciclo da vida. Eu estou imóvel contrário ao teste do adversário, resoluto e intocável. Eu procuro a integridade, carregar os fardos da Justiça.  Eu alinho pelas leis da natureza - pacientemente a empurrar a roda do destino. Assim, eu traçarei o meu destino.
Nascido em 1913, 25, 37, 49, 61, 73, 85, 97, 09 - EU SOU O BOI
I am the Tiger
Eu sou o paradoxo delicioso. Todo o mundo é o meu estágio. Eu ajustei fugas novas; Eu procuro o difícil, e tento o que ninguém jamais tentou. Eu danço à música da vida no abandono gay. Vinde comigo aos passeios de carrossel. Vejam as cores inumeráveis e as luzes cintilando. Todos me elogiam e invejam a minha maneira de estar .
Nascido em 1914, 26, 38, 50, 62, 74, 86, 98, 10 - EU SOU O TIGRE
I am the Rabbit
Eu estou no auge com o pulso do universo. Em meus aposentos calmo e sozinho eu ouço as melodias da alma. Eu flutuo acima do decente e da deterioração do lugar comum. Eu conformo-me de forma subtil. Eu dou cor às minhas palavras em tons delicados de pastel . Eu estímulo a harmonia e a paz interna.
Nascido em 1915, 27, 39, 51, 63, 75, 87, 99, 11 - EU SOU O COELHO
I am the Dragon
Eu sou um fogo que não se apaga, o centro de toda a energia, o coração heróico e robusto. Eu sou a verdade e ilumino-me, eu prendo o poder e a gloria no meu eu. A minha presença dispersa todas as nuvens escuras. Eu fui o escolhido para domesticar os destinos.
Nascido em 1916, 28, 40, 52, 64, 76, 88, 00 - EU SOU O DRAGÃO 
I am the Snake
Minha é a sabedoria das idades. Eu prendo a chave aos mistérios da vida. Moldando as minhas sementes na terra fértil eu nutro os outros com determinação e finalidade. Minhas visões são fixas. O meu olhar inalterável. Silencioso, despercebido eu avanço de forma profunda e   constante, destranco o portão, a terra contínua abaixo de mim.
Nascido em 1917, 29, 41, 53, 65, 77, 89, 01 - EU SOU A SERPENTE
I am the Horse
Eu sou o caleidoscópio da mente. Eu dou a luz, a cor e o movimento perpetual. Eu penso,  sou movido pela fluidez eléctrica. Eu proporciono trajectos virgens directos e desimpedidos. Meu espírito é conquistador - minha alma será para sempre livre.
Nascido em 1918, 30, 42, 54, 66, 78, 90, 02 - EU SOU O CAVALO
I am the Sheep
Eu sou a criança especial da natureza. Eu confio e sou recompensado pela confiança. A fortuna sorri em cima do meu caminho. Todas as coisas florescem na gentileza do meu amor. Eu tento encontrar a beleza em tudo e  por detrás de tudo. Eu estou cheia de graça na feira mais cara.
Nascido em 1919, 31, 43, 55, 67, 79, 91, 03 - EU SOU A CABRA
I am the Monkey
Eu sou o viajante sazonal do labirinto. O génio do alacrity, feiticeiro do impossível. O meu brilho é contudo ofuscante pela sua originalidade. O meu coração está cheio de magia. Eu possuo o prazer, está  todo reunido em mim.
Nascido em 1920, 32, 44, 56, 68, 80, 92, 04 - EU SOU O MACACO
I am the Rooster
Eu prospero pelas horas de trabalho e pela precisão. No meu desejo para a perfeição todas as coisas serão restauradas e o seu lugar será o apropriado. Eu sou o mestre exigente. O administrador sempre atento. Eu procuro a ordem perfeita no infalível.
Nascido em 1921, 33, 45, 57, 69, 81, 93, 05 - EU SOU O GALO
I am the Dog
As tensões marciais chamaram-me para ouvir os seus lamentos e a sua dor. Eu sou o protector da justiça; Igualdade -  é o meu único amigo. A minha visão nunca pode ser destorcida pela cobardia, e a minha alma nunca será acorrentada. A vida sem honra é uma vida em vão.
Nascido em 1922, 34, 46, 58, 70, 82, 94, 06 - EU SOU O CÃO
I am the Boar
De todas as crianças de Deus sou eu que tenho o coração mais puro. Com inocência e fé, eu ando na luz protectora do amor. Dou-me e entrego-me livremente pois só assim serei o mais rico e duas vezes mais abençoado. Ligado a toda a humanidade pela  amizade comum, a minha boa vontade é universal e não conhece nenhum limite.
Nascido em 1923, 35, 47, 59, 71, 83, 95, 07 - EU SOU O PORCO