Lá fora, a tarde quente e ensolarada de São Paulo. Pensei na riqueza de tanta luz solar que temos aqui no Brasil.
Repentinamente, percebi alguém à minha frente no quarto. Fechei os olhos para perceber melhor aquela presença espiritual pela tela mental do chacra frontal. Era uma mulher morena belíssima vestida com um longo vestido branco e descalça. Sua presença emanava suaves ondas de amor e majestosidade. Ela estendeu suas mãos e saudou-me sorrindo.
Que mulher maravilhosa!
Em minha mente e em meu peito, ao mesmo tempo, um sussurro feminino dizia: Yemanjá... Yemanjá... Yemanjá...
Pensei: "Caramba! Essa é Yemanjá, a Rainha do mar tão cultuada na Umbanda aqui no Brasil. E que energia fantástica!"
Então, ela aproximou-se, e com o dedo indicador de sua paramão direita (2) tocou em minha testa, um pouco acima do chacra frontal. (3)
No mesmo instante, entrei num estado alterado da consciência. Surgiu uma esfera de luz violeta em minha tela mental. À medida que ela se expandia dentro do chacra frontal, surgiam várias imagens do plano espiritual e o rosto de vários seres espirituais elevados vibrando naquela mesma sintonia.
Um perfume de mulher invadiu o quarto e senti muito carinho envolvendo-me por inteiro. Abri os olhos e ela estava dançando na minha frente. Ela sorriu de forma matreira. Sua dança lembrava as danças ciganas.
Em dado momento, ela começou a mudar a aparência do seu corpo espiritual (psicossoma, corpo astral, perispírito, corpo sutil, corpo de luz) e transformou-se numa cigana. Em seguida, numa mulher hindu. Depois, numa mulher árabe.
E em frações de segundo ela tomava a forma de mulheres de todas as raças.
Até que ela tornou o seu corpo espiritual num corpo de luz, e depois num foco luminoso multicolorido. Enquanto isso, eu olhava tudo aquilo maravilhado pela surpresa de estar vendo algo assim enquanto apenas tomava um cafézinho e escutava um cd de uma banda querida.
Pouco depois, ela voltou a forma de Yemanjá novamente e disse-me mentalmente:
"EU SOU a energia de todas as mulheres.
EU SOU a fragrância que inspira os corações femininos na jornada pela existência.
EU SOU a guardiã dos mistérios da fertilidade e do amor.
EU SOU a protetora espiritual dos que são fiéis aos votos espirituais de fazer o bem e de seguir conscientemente na seara da Espiritualidade.
EU SOU Aquela que dissolve os malefícios com o poder das águas primordiais.
EU SOU aquela que inspira as danças sagradas de todas as mulheres.
EU SOU aquela que acalenta o coração feminino.
EU ESTOU no leite de seus seios e na boca de seus filhos.
EU ESTOU abraçada com seus parceiros.
EU SOU todas as mulheres, seus desejos, seus sentimentos, suas dores e seus sonhos.
EU SOU terna, dinâmica, ativa, passiva, empreendedora, romântica, sábia, trabalhadora, mãe, amiga, esposa, amante... Mulher total e incondicional!
Personifico as mulheres sagradas de todos os templos e povos.
Aqui no Brasil gosto de manifestar-me como Yemanjá, a Mãe das águas. Preste atenção na sonoridade desse nome, pois trata-se de um mantra originado nos povos antigos do Oriente. (4) Yemanjá significa espiritualmente o poder de dissolução das emoções pegajosas. Significa o fluir das águas da felicidade que dissolvem as dores causadas pelas emoções pesadas.
Yemanjá também é dança, alegria e sorrisos. É celebração de vida, é abraço de Mãe, é ternura de mulher, é perfume de bem-aventurança, é inspiração espiritual nos trabalhos de desobsessão e de pulverização das energias pesadas.
Yemanjá, a Rainha do mar, que não gosta de ver as pessoas tristes por causa das emoções daninhas. A Senhora das águas, que orienta a todos para que sejam felizes e celebrem a vida.
Diga a todos que não vale a pena ser infeliz por causa de amores que se vão, pois enquanto permanecer a tristeza, não haverá celebração. E a vida é sagrada! Precisa ser celebrada! E a vida é maior do qualquer um que partir.
Pense no fluir das águas... na dança... no sorriso... na luz de Yemanjá!"
Depois disso, ela tornou-se novamente um foco de luz multicolorida e lentamente foi desaparecendo na minha frente. Tudo isso passou-se em questão de uns cinco minutos aproximadamente.
Corri para o computador para escrever esse relato ainda sob o impacto da experiência com ela. Momento depois, chegou o editor da revista para a entrevista.
PS: Ela foi embora, mas o seu perfume e sua inspiração permaneceram em meu coração. Agora compreendo porque desde ontem fiquei com uma vontade forte de tomar um banho de cachoeira ou de sentar perto de algum lugar com muita água. Não era por causa do calor. Era por causa do poder das águas e de Yemanjá, a senhora dos oceanos de bem-aventurança. (5)
Paz e Luz.
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