sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PONTOS CANTADOS

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Pontos cantados

Uma forma de utilização magística do som, está nos pontos cantados que de acordo com sua entonação, proporcionam freqüências próprias ( ciclos e ritmos ) que sustentam vibratóriamente o trabalho mediúnico. Nesse aspecto dispensamos a utilização de atabaques ou tambores pois, os mesmos propiciam estados de transe anímico que estimulam o afloramento do subconsciente do médium e dificultam a atuação de entidades espirituais, e também esses pontos não devem ser gritados para não estimularem o atavismo.
As palmas igualmente são dispensáveis nos rituais de incorporação porque provocam grande excitação, devido a grande quantidade de terminações nervosas sutis e protoplasmáticas ( cerca de 280.000 correntes ) que existem em nossas mãos.
Retornando a tônica dos pontos cantados de Umbanda, transcreveremos alguns pontos de Raiz, transmitidos por verdadeiras entidades espirituais:


Pontos da vibração de Oxalá - Sons místicos:

Estrela guia clareou, } Bis
estrela guia iluminou. }
Ele vem lá do Oriente *,
com as ordens de Orixalá.
Ele vem lá do Oriente,
Sr. Urubatão e sua corrente.


* Oriente - Leste, no sentido de portador da Tradição Solar *

Clareou a mata, } Bis
Ele é Tupy } Bis
É filho de Guaraci !
Ele é Tupy } Bis
Ele é o caboclo Poty.

*

Quem vem lá do reino do Tembetá * } Bis
É Caboclo Águia Branca,
que vem Saravá.
É Caboclo Águia Branca,
com sua falange no Congá.


* Tembetá - É o nome sagrado do Núcleo Superior de Oxalá localizado na sétima esfera, a pátria da luz, a Aruanda. Assim também, os nomes dos Núcleos Superiores dos outros Orixás são:
Ynayá - Núcleo Superior de Yemanjá
Yoriá - Núcleo Superior de Yori
Yacutá - Núcleo Superior de Xangô
Yomá - Núcleo Superior de Yorimá
Juremá - Núcleo Superior de Oxossi
Humaitá - Núcleo Superior de Ogum



Pontos da vibração de Ogum - Sons vibrantes:

Ouvi 7 clarins anunciar,
que ele vai descer,
que ele vai chegar.
Abençoar seus filhos de Congá.
Trazendo lá da Aruanda,
as leis de Umbanda.
Filho de Umbanda ouça a clarinada,
Quem está chegando é Caboclo 7 Espadas !

* * * * * * *

- Caboclo Beira Mar e Caboclo 7 Lanças


Beira Mar vem da Aruanda,
com seu mano 7 lanças,
que é guerreiro de Umbanda.
Ele vem do Humaitá,
trazendo a Luz de Orixalá.
Iluminando este Congá, } Bis
para filho de fé abençoar. }


Pontos da vibração de Oxossi - Sons que imitam a harmonia da natureza:

No céu relampejou, na pedreira trovejou.
Na mata Coral piou,
cachoeira chorou.
Oke Babá Xangô, Maleme Agô Xangô !
Por seu filho Cobra Coral gritou.
Seu grito na mata ecoou,
na mata sabiá cantou.
E a passarada estremeceu,
quando a Coral piou.


* * * * * *

Pontos da vibração de Xangô - Sons graves

Eles são 3 irmãos desse Jacutá,
eles trabalham noite e dia, até o dia clarear.
Sete Montanhas a girar, com seu irmão Sete Lagoas,
até o dia clarear.
E ao romper da madrugada, até alta madrugada,
gira o Caboclo das Sete Encruzilhadas. } Bis


* * * *

Xangô escreveu a Justiça,
firmou sua Pemba em um pedra.
Ele escreveu a justiça: } Bis
" Quem deve paga, quem merece recebe. " }


* * * *

Pontos da vibração de Yorimá - Sons dolentes, melancólicos:

Preto-Velho caminhou,
Sete caminhos cruzou.
Caminhou sete dias,
sete noites caminhou.
Sete noites foi rezar,
aos pés de pai Orixalá.
Pai Joaquim foi rezar, } Bis
foi pedir foi implorar. }
Para ver a sua luz, }
iluminar o seu Congá. }


* * * * * *

Pai Joaquim desceu da cachoeira, } Bis
Saravou * o seu Congá. }
Sua benção meu pai,
Quem manda é Oxalá.

Pai Joaquim não deixa } Bis seus filhos penar. }


* Saravou - é uma palavra utilizada como saudação, e é derivada do termo Saravá que significa : " As forças da natureza em movimento "


Pontos da vibração de Yori - sons alegres :

Yori Ori vem cruzado com Oxalá } Bis Seu Ori vem no Congá,
Para seus filhos ajudar.
Trazendo harmonia,
E a força da alegria !


* * *

Abraço de criança é de coração,
abraço de criança de Papai Orixalá,
tem a benção.
Doum abraça filhos, } bis
Nas ordens de Mikael }


Pontos de Yemanjá - Sons suaves:


A lua clareou as águas,
E as ondas do mar cresceu.
Louve a Seus, ao Sr. Jesus, } Bis
chegou Cabocla Yara com a sua luz ! }


* *

Salve a Sra. Yansã,
salve todo povo do mar !
Salve Nanã Buruque
Vem nossa gira cruzar.
Ela é mamãe Yemanjá, é a senhora do mar.
Trás forças de Cindalê,
Para nossa gira firmar.



Pontos Riscados

As entidades espirituais que atuam no movimento umbandista se identificam por meio de sinais riscados traçados geralmente com um giz de cálcario conhecido como pemba. Esse giz mineral além de ser consagrado para ser utilizado para escrita magística também, pode ser transformado em pó e utilizado de outras formas em preparações ou cerimônias ritualísticas. E o termo pemba também é utilizado na Umbanda no sentido de Lei, ou seja, confome o linguajar de Umbanda, se você está sob a Lei de Pemba, você está sob a Lei maior e isso possui sérios agravantes principalmente se o médium se desvirtua de sua tarefa pois, nesses casos a cobrança é imediata. Então, estar sob a corrente de Umbanda, estar sob a Pemba, exige muita cautela mas, por outro lado se o médium procurar cumprir suas tarefas e mantiver uma postura decente, essa mesma lei pode lhe ser favorável e muito útil porque o mesmo terá o auxílio direto das entidades do astral que lhe proporcionarão forças para trabalhar com dignidade.
Voltando a questão da escrita, não é sem propósito que a Lei é chamada de pemba pois, essa escrita sagrada traduz sinais que estão afins a determinadas egrégoras firmadas no astral a muito tempo. Assim, quando uma entidade de fato traça um sinal de pemba, ela está movimentando energias sutis, que na dependência da variação desses sinais, pode atrair ou dissipar determinadas correntes de energia com muita eficácia.
Esse assunto é muito complexo para ser aberto em um livro mas, no decorrer dos trabalhos mediúnicos o médium de fato e direto, segundo sua missão, merecimento e afinidades, pode receber determinados sinais diretamente das entidades espirituais que o assistem, no intuito de escudar esse médium contra o assédio do sub-mundo espiritual.
E se o leitor quiser se aprofundar um pouco mais nesse tema poderá consultar diversas outras obras que tratam com mais profundidade sobre o assunto, em especial recomendamos os livros: ‘O Arqueômetro’ de autoria de Saint Yves D´Alveydre, ‘Pemba- A grafia dos Orixás’ de autoria de Ivan Horácio Costa ( mestre Itaoman ) e ‘Umbanda – a Proto-síntese Cósmica’ de autoria de F. Rivas Neto ( mestre Arapiaga ); Essas obras trazem muitas elucidações reais sobre o tema.
No mais, lembramos que esses sinais são de uso exclusivo das entidades vinculadas a corrente astral de Umbanda e sua utilização inadequada por pessoas não habilitadas podem gerar uma série de aborrecimentos bem como atrair determinadas energias e entidades de difícil controle que podem levar o indivíduo às raias da loucura.
Portanto, é necessária muita cautela nesse tema e é por isso que na maioria dos terreiros, casas, agrupamentos ou templos de Umbanda, as entidades ensinam e utilizam outros sinais mais simples e simbólicos, apenas de efeito elucidativo (por exemplo: corações, machados, espadas etc.), deixando os verdadeiros sinais de pemba velados até que os filhos amadurecem e possam adentrar nesses campos com segurança.
Enfim, o importante é procurar trabalhar e deixar que as entidades atuem da forma que elas acharem conveniente porque com certeza elas nos conhecem melhor do que nós próprios pensamos que nos conhecemos...



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cosme e Damião

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São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.

Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não são comprados por dinheiro". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.

Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!

Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.

São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.

Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.

O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.

Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, no dia 27. No dia 27 as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.

Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás.

Oração a São Cosme e Damião

Ó Deus menino, que crescestes em sabedoria e graça com Maria e José. Pela intercessão de São Cosme e São Damião, abençoa os meus filhos, irmãos, parentes e vizinhos. (lembre o nome da criança que está precisando de orações)

Que o sangue destes Mártires, servos da Santíssima Trindade lave os meus pecados e purifique todo o meu ser.

Ajudai-me a crescer em solidariedade, compaixão e misericórdia para com o meu próximo mais próximo, a exemplo de São Cosme e Damião, Missionários e defensores da vida em plenitude.

Por Cristo Senhor Nosso.

Amém.


PRECE CABLOCO VENTANIA

Meu Pai Ventania, receba meu preito de agradecimento pela tua presença constante e amiga em minha vida. Tu, querido amigo e pai, que carregas o nome místico de Ventania, faz com que os bons ventos espirituais soprem fortemente em torno de mim e em meu interior, arrastando e livrando-me de todas as negatividades produzidas por mim ou por irmãos que ainda se deixam levar pelas inferioridades do mau querer e desamor.
Arremessa, querido Caboclo, essas energias desequilibrantes nas sagradas pedreiras, a fim de que sejam desfeitas e anuladas, para a glória de Oxalá e o bem espiritual de teus filhos.
Abençoa, Pai Ventania, teu filho que ora te busca como o Pai Conselheiro e Forte, e conduz-me pelos caminhos seguros, nesta mata virgem da encarnação presente, para que sempre possa caminhar sob a luz divina, em busca do Bem Maior, que é Deus.
Protege minha família, cercando meu lar com tuas energias sempre a soprar o vento da harmonia, da prosperidade e do amor.
Irrompe, querido Caboclo, na minha vida, o teu sopro de paz e de alegria, que me faça andar na estrada da segurança, sem temer a influência do mal ou ser por ele atingido.
Perdoa a minha fraqueza e pequenez de fé. Carrega-me, com tua força, Caboclo de Xangô, para as altas montanhas da espiritualidade, onde possa respirar o ar da fidelidade e da paz.
Sopra sobre mim, querido amigo, as bênçãos da Divina Mãe, Maria, que é a tua energia essencial, para que me faça encontrar sempre a ação do Divino Oxalá, nosso amado Jesus.
Obrigado, Caboclo Ventania, pelo teu olhar constante sobre mim. Não me percas de vista, abençoando-me sempre e orientando os meus passos pelo caminho do Bem, mesmo quando doam os meus pés, pelos espinhos e pedregulhos existentes no caminho, dentro da mata virgem desta encarnação.
Que a Paz e a Alegria do teu coração me harmonize com a natureza e me faça estar seguro e feliz, vendo em ti, o mensageiro de Deus a me indicar o caminho da evolução.
Que todos aqueles que me cercam, os afetos e desafetos, sejam agora beneficiados, Pai
Ventania, pela sua bênção, em nome de Oxalá.


ORAÇÃO A SETE FLEXAS

Salve Zambi, Pai e Criador de todo o Universo ! Salve Oxóssi, Rei da Mata e chefe de todos os Caboclos ! Salve Seu Sete Flechas e sua falange guerreira!
Sete Flechas, baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos para que possamos entrar em comunicação com esta centelha de luz divina que emana das vossas sagradas flechas, defendendo e amparando-nos neste mundo terreno. Salve as sete flechas que vos foi dada,espiritualmente, para defender-nos de todas as provas que não nos vem de Zambi.
Bendito seja Oxóssi que vos o colocou sobre o vosso braço direito a flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores; bendito seja Ogum, que colocou sobre vosso braço esquerdo a flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais; bendito seja Xangô que vos cruzou uma flecha em vosso peito para defender-nos das injustiças da humanidade; bendita seja a grande Mãe Yemanjá que colocou uma flecha em vossas costas para defender-nos das traições de nossos inimigos.
Bendito seja Oxalá que vos colocou uma flecha sobre vossa perna direita para cobrir os nossos caminhos materiais e a senda da espiritualidade, bendita seja as Santas Almas que vos botou uma flecha sobre vossa perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminando os nossos espíritos e defendendo-nos de todas as forças contrárias à vontade de Deus. Bendito seja os Ibejis que entregaram em vossas sagradas mãos a flecha do astral superior, para dar à humanidade a divina força da fé e da verdade. Zambi foi quem ordenou, os Orixás as flechas vos entregou. Com as forças das sete flechas, Seu Sete Flechas me abençoou.


signos dos orixas



OS ORIXAS E O SEU SIGNO

Os orixás, esses fascinantes deuses africanos, governam um ou mais signos. Isso significa que todo nós temos um orixá que nos guia em nossa vidas.

Segundo pais e mães-de-santo, são três os tipos de orixás presentes em nossa vida: o de frente ou de cabeça, que corresponde ao signo solar: o ajuntó, que é o nosso ascendente; e o de herança, associado ao signo lunar.

Na prática, a identificação exata do ajuntó e do orixá de herança só é possível mediante nosso mapa astral completo.

Mais fácil é conhecer o Orixá de frente. Antes porém, é bom atentar para um detalhe: as múltiplas manifestações de um mesmo Orixá.

Oxalá, por exemplo, que rege Capricórnio, ora aparece como um jovem brincalhão e sensual (Oxaguiã), ora como um ancião sereno e generoso (Oalufã). Isso e mais a influência do ajuntó e do orixá de herança explicam o jeito diferente de ser de pessoas do mesmo signo.

Apesar de existirem mais de 100 orixás, para efeito de associação com os signos, somente 16 deles ganham importância porque apresentam características semelhantes às dos planetas e estrelas do céu astral e também por causa de sua ligação com os quatro elementos básicos da natureza Fogo (Ogum, Iansã e Xangô), Ar (Oxumaré,Logum-Edé e Exu), Água (Oxum, Obá, Nanã e Iemanjá) e Terra (Oxóssi, Ossâim, Euá, Oxalá, Iroko e Omulu ou Obaluaê).

Assim temos:


Oxum - Rege Touro e Libra. É o Orixá da fertilidade e da riqueza, símbolo também da sexualidade e, por isso, está associado ao signo de Touro. É ainda vaidoso, diplomata, tem muita ambição social, o que o aproxima das características do signo de Libra. Corresponde ao planeta Vênus.


Obaluaê - Rege Escorpião e Capricórnio. É o Orixá das mortes e das doenças. Insondável, tem grande força mental e é vingativo, peculiaridades dos escorpianos. Por vezes, porém, é austero e melancólico. Tem problemas de pele e de ossos - coisas típicas dos capricornianos. Corresponde ao planeta Saturno.

Ossâim - Rege Virgem e Gêmeos. É o Orixá das ervas medicinais e está intimamente ligado à natureza. É crítico, meticuloso, o que o aproxima do signo de Virgem. Mas é também mutável, inquieto, irônico e superinventivoque são qualidades dos geminianos. Corresponde ao planeta Mercúrio.


Xangô - Rege Leão e Sagitário. Autoritário, dominador, é um líder nato, guerreiro difícil de ser derrotado, caraterísticas dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde ao planeta Júpiter.


Iemanjá e Nanã - Regem Câncer. São os Orixás maternos. Protegem, dominam e amam seus filhos à toda prova. Iemanjá é fértil, sensual e muito preguiçosa. Nanã é a a avó, que gosta de ser adulada, é dengosa e se magoa com facilidade. Um perfeito retrato dos cancerianos. Correspondem à Lua.


Oxóssi - Rege Virgem, Capricórnio e Aquário. É o protetor das matas. Tem o espírito matemático e o humor instável de um virginiano. Mas é também bastante sério e responsável - coisas dos capricornianos. Apresenta ainda todo o exotismo e originalidade de Aquário. Corresponde ao planetas Saturno e Mercúrio.


Ogum - Rege Áries. É o orixá da guerra, que luta por sua liberdade e independência. Ativo, está sempre procurando alguma coisa para fazer ou alguém para brincar. É um tanto egoísta, instável e emotivo ao extremo. Por tudo isso está ligado ao signo de Áries. Corresponde ao planeta Marte.

Iansã - Rege Leão, Sagitário e Aquário. Senhora dos ventos, é alegre, sociável, mas temperamental, como os leoninos. É aventureira, atrevida, impulsiva, diz o que quer e quando quer e assim se parece com Sagitário. Mas tem também o desprendimento dos aquarianos. Corresponde aos planetas Urano e Júpiter.


Oxumaré e Logum-Edé - Regem Gêmeos. São orixás bissexuais. Oxumaré é o arco-íris e seu temperamento é instável, varia de acordo com as circunstâncias. Logum-Edé é bom negociante, astuto, nem sempre honesto. Essas qualidades o aproxima do signo de Gêmeos. Correspondem ao planeta Mercúrio.

Exu - Rege Gêmeos e Escorpião. É um orixá comunicativo, brincalhão, cheio de truques - facetas encontradas no nativos de Gêmeos. Mas é também violento e associado à energia sexual. Possui algo que fascina e ao mesmo tempo repele, características dos escorpianos. Corresponde ao planeta Plutão.

Oxalá - Rege Capricórnio, Peixes e Touro. É o grande pai, o pilar da família e da sociedade. Nisso, assemelha-se a Capricórnio. É também um sábio, um curandeiro. É sensível à bebida e a outros vícios, o que o liga a Peixes. Sua analogia com Touro vem de sua sensibilidade. Corresponde aos planetas Vênus e Plutão.

Obá - Rege Escorpião e Touro. É o Orixá das angústias, do sofrimento e da desilusão amorosa, mas também do espírito de luta, o que lembra Escorpião. É também bom companheiro, superleal, e, às vezes, age com ingenuidade, o que o associa a Touro. Corresponde ao planeta Saturno.


Euá - Rege Virgem. É o Orixá que representa a faixa branca do arco-íris. Mantém analogia com a pureza e a castidade. É ainda cismado, crítico feroz de si mesmo e dos outros, o que o relaciona com o signo de Virgem. Mas é também um guerreiro nato e, por essa razão, corresponde ao planeta Marte.


Iroko - Rege Touro, Aquário e Libra. É o Orixá da obstinação e dos desejos materiais - qualidades dos nativos de Touro. Sua relação com Aquário vem do individualismo, do seu desinteresse pelos problemas alheios. É ainda associado a Libra, pela sua versatilidade. Corresponde ao planeta Vênus.


LINHA OU VIBRAÇÃO DE YORIMÁ:

Essas entidades são verdadeiros magos, senhores da experiência e do conhecimento em toda espécie de magia. São os Orixás-Velhos da Lei de Umbanda - São donos dos mistérios da "Pemba" nos sinais riscados, da natureza e da Alma Humana. Têm a forma de pretos-velhos e se apresentando humildemente, falando um pouco embrulhado, mas, sendo necessário, usam a linguagem correta do aparelho(médium) ou do consulente.
Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, pitando cachimbo, sempre numa ação de fixação e eliminação, através de sua fumaça.
Falam compassados e pensando bem no que dizem. Seus fluídos são fortes , porque fazem questão de "pegar bem" o aparelho(médium). Começam suas vibrações fluídicas de chegada, sacudindo a cabeça.
Cansam muito o corpo físico, pela parte dos rins e membros inferiores, com a posse do aparelho, conservando-o sempre curvado. Seus fluídos de presença vem como uma espécie de choque nervoso sobre a matéria e emitem um resmungado da garganta aos lábios, quando se consideram firmes na incorporação.

Folhos de iansã

FILHOS DE IANSÃ


Iansã, a Senhora dos Ventos e das Tempestades, a Deusa Guerreira.

Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido.

Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado, pouco importando se
tem ou não razão, pois não gosta de dialogar.

Em estado normal é muito alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e
choro.

Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica
tentado por uma aventura.

Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo
de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto.

Ciumento demonstra um certo egoísmo porque não se importa com que os outros sofram pelo seu gênio reconhecidamente
mal-humorado.

É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio
social. Por ser tão marcante seu gênio, se este fosse controlado, o que não é difícil, seria pessoa muito mais feliz e querida.

Para definir bem a influência dos orixás nas pessoas vou contar uma estória engraçada: eu explicava para um grupo as
influências dos Orixás nas pessoas.


Veja um fato simulado:

Duas pessoas brigando. Passando um filho de Ogum, ou ele passa direto e nem olha, ou já vai se meter na briga.

Um filho de Xangô para, fica olhando, e já começa a reclamar. Coitado do baixinho! Por que será esta briga? Acho que aquele
alto não tem razão. E pior, nem sabe brigar. É um fraco. E fica questionando.

Um filho de Oxossi para, senta no chão e, rindo, fica assistindo e se deleitando com a briga. Deu a entender ter terminado.
Achei sugestiva sua explicação.

Alguém indagou qual seria o comportamento das filhas do povo da água. Diante da minha negativa, alguém se propôs a
completar. Bem, disse, uma filha de Iemanjá chamaria os dois, colocaria suas cabeças em seu colo e os acalmaria recomendando paz.

Uma filha de Iansã já reclamaria e chamaria a polícia. E parou. De propósito, o esperto.

Bem, perguntou alguém, e uma filha de Oxum, que faria? Nada, respondeu. Nem poderia. Os dois estavam brigando por
causa dela...

Cor: Amarelo.

Ervas: Catinga de Mulata; Cordão de Frade; Gerânio Cor-de-Rosa ou Vermelho; Acúcena; Folhas de Rosa Branca; Erva de Santa
Bárbara.



mãe iansã


lansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos
seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma menos "emocional".

lansã, em seu primeiro elemento é ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o pólo positivo e é passivo pois suas
irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações magnéticas são circulares ou espiraladas.

Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica (ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental
pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da
Justiça, que é uma das sete irradiações divinas.

Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela atua na transformação
dos seres através de seus magnetismos negativos.

lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e,
com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só então, redirecioná-lo numa outra linha de
evolução, que o
aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta da evolução.

As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas
vibrações.

Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta
da evolução, então uma de suas sete intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em
um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas:

- Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram como
aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá planetária Iansã.


- Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos negativos, onde entram como
aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos da orixá planetária Iansã.

- Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos princípios da Lei, ou direcionam os seres para
as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.

Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.

Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe lansã
intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela quem envia ao tempo os
eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade.

lansã do Tempo, não tenham dúvidas, tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé,
enviando-os ao Tempo onde serão esgotados. Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando
por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário. E isto o Tempo faz muito bem!

Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito
conhecida, porque atua preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como
vida é geração e Omulu atua no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos
que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.

Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de "baixo" do campo santo.

Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos
(lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros orixás,
quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas. Temos:

• uma Iansã do Ar.
• uma Iansã Cristalina.
• uma lansã Mineral.
• uma Iansã Vegetal.
• uma lansã Ígnea.
• uma lansã Telúrica.
• uma lansã Aquática.

Bomsó por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do
imenso campo de ação do mistério "Iansã".

Ofato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com suas irradiações
espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e suas consciências desordenadas!

Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a "Senhora dos Ventos".

Oferenda: Velas brancas, amarelas e vermelhas; champagne branca, licor de menta e de anis ou de cereja; rosas e palmas
amarelas, tudo depositado no campo aberto, pedreiras, beira-mar, cachoeiras, etc.

TRECHOS EXTRAÍDOS DO LIVRO "O CÓDIGO DA UMBANDA" DE RUBENS SARACENI; E QUE SE ENCONTRA, TAMBÉM, NO SITE GUARDIÕES DA LUZ.


OXALÁ

O PERFIL DO ORIXÁ

Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem,Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.

Esta relação de importância advém de a organização de divindades africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. Ajurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse,Ogum faz isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.

Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.

Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos outros (o que não está implícito como poder, mas sim merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e simples era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as mesmas, apenas com outros nomes.

Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia ioruba. É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.

Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos. Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seuELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.

Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ

As características tão bem sintetizadas por Monique Augras ao descrever a dança de Oxalá (no ritual de nação) definem bem o arquétipo psicológico a ele associado. São caracteres encontrados nos arquétipos ocidentais também em relação à figura paterna.

Oxalá é o pai dos Orixás e, por extensão, de toda a humanidade. Estabelece, pois, entre si e os outros, uma aura não de temeridade (já que não é nada inseguro), mas sim de respeito e carinho. Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (ajuntós).

Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.

Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.

No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.

Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.

Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Omulu

omu

Para alguns umbandistas, Omolu é considerado a esquerda de Obaluayê, daí a proximidade entre os dois. Porém, ele também se aproxima de Obaluayê por ser invocado, assim como esse último, para a cura de doenças, especialmente as contagiosas e aquelas que podem levar o doente à morte. Nesse sentido, recebe o título de Senhor da Varíola, doença contagiosa que dizimou milhões de pessoas até a descoberta de uma vacina e posterior erradicação.

Omulu, dentro de uma nova visão espiritual umbandista, é o Orixá da energia cósmica que ao penetrar em nossa atmosfera recaí sobre diversos habitats, como Oxum e as águas doces, etc. Ele é um dos sete orixás (puros) tendo como desdobramento o orixá Nanã. Ele vive na Calunga pequena (cemitério), aí se dando a concentração maior de sua energia (positiva ou negativa). Seus sensitivos, ao manifestarem a presença de Omolu, curvam seu corpo a terra, ficando o mais perto possível dela. Representa também a grande transformação do ser, ter que morrer para o pequeno e renascer para o grande, sem precisar deixar a matéria (morte). Suas cores na Umbanda são o preto x amarelo ou branco x preto (mais relacionado aos pretos-velhos).

Sua imantação compõe-se de deburu (pipocas feitas na areia), mamão, arroz. Flor: monsenhor amarelo;essência: cravo ou menta.

Por sua relação com a morte, é reverenciado no cemitério ou campo santo e extremamente temido. Esta é uma visão umbandista sem preconceitos ou tabus.


Os orixas

Algumas das diferentes combinações de Orixás

Grosso modo poderíamos falar em Orixás dinâmicos e estáticos, mas seria importante ressaltar que nada é estático na natureza, tudo está em constante mudança e transformação, mas que estabeleçamos agora que esse estático quer dizer mais lento e não totalmente parado. Cada Orixá tem, portanto, seu próprio ritmo. Talvez seja mais interessante falarmos em Orixás mais rápidos e de energias de ação, e Orixás mais lentos ou de energia equilibrante e refreadora.

Se pensarmos numa mata, por exemplo, o que os nossos olhos vêem é que ela está “parada” no lugar, mas para que seja exuberante e grande ela está em constante expansão, mudança, num ritmo lento e gradual, sofrendo a ação da fertilidade da terra, da constância dos ventos em espalhar as sementes, na ação do sol para a fotossíntese, enfim, de parada ela não tem nada. Mas seu “movimento” é provocado pela interação de outras forças.

Assim é a energia de Oxoce. Um trabalho constante de surgimento, expansão, crescimento e renovação. A vida se renovando através do trabalho em grupo conjugando infinitas forças.

Encontramos a energia do Orixá Ogum manifestando-se nas matas deOxoce através do calor do sol, que dará força a energia vital de Oxoce no nascimento dos vegetais, na luta pela sobrevivência dos vegetais que se transformarão em grandes árvores formando a mata. A esta manifestação damos o nome de Ogum Rompe Mato, além dela se apresentar também em nível de terreiro como Caboclo Rompe Mato ou outro nome que estaria associado ao Orixá Ogum, ou seja, manifestações de luta e bravura, determinação e tenacidade, como por exemplo Caboclo Arranca Toco, etc.

Encontramos a energia do Orixá Omulu manifestando-se nas matas de Oxoce através da própria terra de onde irão brotar os vegetais, é a própria base da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através dos Caboclos Flecheiros e Bugres. Que são Caboclos mais voltados para trabalhos de descarga.

Encontramos a energia do Orixá Xangô manifestando-se nas matas deOxoce através das pedreiras e que dão contornos e estabelecem limites na expansão da mata. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos que se apresentam normalmente carregando em seu nome a palavra “Pedra” ou com características mais voltadas a equilíbrio, estudos, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Xangô (dependendo da orientação da Casa).

Encontramos a energia da Orixá Oxum manifestando-se nas matas deOxoce através da água fertilizadora da terra, auxiliando na expansão e ao mesmo tempo estabelecendo limites e contornos (rios e cascatas). Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada através de Caboclos e Caboclas com apresentação mais “dócil”, “suave” e mais voltados para cura, manipulação de ervas, etc. Normalmente carregam em seu nome algo do tipo Caboclo “xxx” da Cachoeira, ou Caboclo “xxx” do Rio, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Oxum (dependendo da orientação da Casa).

Encontramos a energia da Orixá Iemanjá manifestando-se nas matas de Oxoce próximas ao litoral, através da função provedora de bens materiais desta Iabá. Em nível de terreiro encontramos essa combinação representada pelos Caboclos e Caboclas do Mar da Praia, etc. Muitas vezes se apresentando tanto na hora em que invocamos Oxoce ou Iemanjá (dependendo da orientação da Casa). Também tem função de descarrego e imantação.

Encontramos a energia da Orixá Iansã manifestando-se nas matas deOxoce através da ação dos ventos e da chuva e da função transformadora desta Iabá. São caboclos e caboclas que também tem como especialidade descarga rápida e transformadora.

Além, é claro, da conjugação de Oxoce com Ele mesmo, que encontramos os diversos Caboclos, como Tupinambá, Cobra Coral, etc.

Buscamos através desses exemplos mostrar a facilidade com que os Orixás se combinam, se conjugam e se harmonizam, sem perderem suas essências mas agregando outras, são todos Caboclos e Caboclas de Oxoce mas que adquiriram outras características vibratórias ao se combinarem e conjugarem com outros Orixás.

Em função de sua característica básica de expansão, o Orixá Oxoce foi associado ao planeta Júpiter, que rege a quinta-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Oxoce na Umbanda.[2]

Existem dois Orixás na Umbanda que não possuem reinos específicos, mas atuam em todos, que são Ogum e Iansã, através de suas energias e funções.

O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum, cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Omulu, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Omulu, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Omulu em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum. É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxoce, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Oxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ogum atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.

Especificando:

  • Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.

  • Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.

  • Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.

  • Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral.

  • Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.

Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda.[3]

Ao pensarmos no Senhor da terra, o Orixá Omulu, o vemos como a base para o cumprimento de nossa missão na terra. Ele é a base de tudo. É na terra que transmutamos o nosso karma, por isso que sendo a nossa base, sempre nos lembra de nosso karma, e nos dá a compreensão do mesmo.

Ele não se combina com os outros Orixás, os outros Orixás é que se combinam com ele, gerando desdobramentos neles.

Os desdobramentos do Orixá Omulu se dão dentro dele mesmo, observando-se a natureza, vemos isso nos diferentes tipos de solo, que gerarão diferentes combinações de Orixás em função disto. Um dos desdobramentos mais conhecidos de Omulu é o Orixá Obaluaê.

Se nenhum outro Orixá existisse, o Orixá Omulu (terra) existiria e o tipo de vida que encontraríamos qual seria? Com isso quero dizer que nenhum Orixá é auto-suficiente e nem se basta, mas as suas combinações e dinamismo é que nos permitem conhecer a vida como a conhecemos.

É como um grande plano de Deus, que em sua generosidade infinita nos deu a base e as condições para que evoluíssemos e crescêssemos.

De nada adianta a base se não temos as condições e o inverso também é verdadeiro.

Por isso é tão importante que não “desprezemos” nenhum Orixá em nosso culto às forças da natureza.

Existe grande confusão com relação a magnitude deste Orixá onde alguns chegam a confundi-lo com Exu. Isto se deve a capacidade de manipulação magística e transformadora de Omulu, da qual Exu é apenas executor. Além do mais Omulu é Orixá e Exu não é.

Sendo a própria terra, onde caminhamos e nos sustentamos, e sendo a terra geradora permanente de vida, encontramos nela a primeira grande magia de Omulu, que é a famosa força da gravidade, que atrai tudo para si, assim como também, as diversas forças dos demais Orixás formando novas conjugações como as já citadas e que citarei ainda.

Por atrair tudo para si, e sugar as energias negativas transformando-as em positivas, transmutando e transformando tudo que nela toca e entra, este Orixá se desdobra dentro de si mesmo. É por isso que Ele não “vai” a outros Orixás, mas os outros é que vem a Ele.

Por tudo isso é que afirmo que confundir o Orixá Omulu com Exu é no mínimo incoerente, entretanto compreensível, pois para entender Sua Magnitude é preciso exercício mental, e isto poucos estão dispostos a fazer.

Sendo o Orixá que permanece no limite entre vida e morte, também foi associado a saúde e doença. Dentro de uma coerência e lógica, você acha realmente que Deus teria enviado um raio a terra cuja função fosse nos trazer doenças? A sua associação a saúde está justamente em função de ser da terra que brotam as ervas curadoras, mas estas são de Oxoce. Bênçãos de Omulu, sem dúvida, mas pertencem a Oxoce, este sim o Orixá da Cura, da Saúde.

Por outro lado a função de Omulu junto a área da saúde também se justifica pelo fato de ser ele o absorvedor e transformador de todas as energias negativas geradas e atraídas por qualquer doença em energia curadora, utilizada e manipulada por Oxoce.

Em função de sua característica básica de consciência kármica, tempo e lentidão, o Orixá Omulu foi associado ao planeta Saturno, que rege o sábado, e por extensão é o dia em que cultuamos Omulu na Umbanda.[4]

Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e conseqüentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.

Existem inúmeros desdobramentos de Xangô, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:

· Xangô D’jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxoce).

· Xangô Alafim-Eché – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.

· Xangô Alufam – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.

· Xangô Agodô – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.

· Xangô Aganju – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.

· Xangô Abomi – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.

Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois aessência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.

Em função de sua característica básica de estar ligado a parte intelectiva, o Orixá Xangô foi associado ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Xangô na Umbanda.

Ao analisarmos a Orixá Oxum, e nos reportarmos ao seu elemento (água) e a seu reino (cachoeiras e rios), encontramos os seguintes desdobramentos:

· Oxum Iara - ou simplesmente Oxum – essência da Oxum. Sentimento, amor, concórdia, harmonia, união.

· Oxum Marê – manifesta-se quando do encontro das águas de Oxum com as águas de Iemanjá. São as águas turbulentas. Em termos de significado e tradução para as nossas vidas, é o encontro do passado com o presente, de uma essência com a outra. Revisão de sentimentos (Oxum), turbulência de sentimentos (choque das duas águas), relacionados a nossa formação familiar (Iemanjá).

· Oxum Diapandá – manifesta-se na superfície das águas salgadas(onde a água é menos salgada). Absoluta harmonia com Iemanjá. Na sua compreensão de atuação junto a nós, é quando após a revolução de sentimentos (Oxum Marê), nos acomodamos na placidez das águas superficiais, sem grande envolvimento de sentimentos profundos, mas mais voltados aos sentimentos e aspirações materiais.

Considerada popularmente como sendo somente a Orixá do amor, entendemos como sendo a Orixá do misticismo, do sentimento, da concórdia e harmonia.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a sentimento, emoções e amor, a Orixá Oxum foi associada a Lua, que rege a segunda-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Oxum na Umbanda.[5]

Muitos cultuam o Orixá Omulu na segunda-feira em função das Almas, mas lembramos que as águas da Oxum correm onde? Na terra. Que é de quem? Omulu. Com relação a isto, muitos já devem ter observado uma certa sensação melancólica, não chega a ser tristeza, mas uma “emoção”, muitas vezes indescritível, conjugada com a vibração de incorporação de Oxum. Algumas enviadas choram. Isto tudo se deve ao fato das águas correrem pela terra de Omulu, “carregando” com elas as Almas, das quais Omulu é o Mestre e Senhor, mas que em contato com Oxum, traduzem em nível de terreiro e incorporação, nesta “melancolia” que às vezes sentimos.

Por isso as Almas vibram em segunda vibração na segunda-feira dia de regência da Oxum.

Analisando a Orixá Iemanjá e nos reportando ao seu reino o mar, associamos sempre que quem mora perto do mar, nunca morre de fome, não é verdade? Por isso ela é a grande provedora dos bens materiais, a grande mãe, que nos dá o conforto, o alimento, além de ser representada pelo maior de todos os reinos, o mar. Soberania.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente a família e ao amor familiar e fraterno, a Orixá Iemanjá foi associada a Vênus, que rege a sexta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iemanjá na Umbanda.[6]

Por fim, analisando a Orixá Iansã, que como já dissemos não tem reino específico, reportemo-nos a seu elemento primeiro o ar. Presente em todos os reinos, conjugando-se a todos os Orixás, mas não estabelecendo nenhum desdobramento específico pois sempre que atua é em nível de mudança, transformação, como energia propulsora e renovadora. Em nível de terra esta Orixá está diretamente relacionada ao intelecto, tal como Xangô, mas de forma distinta, pois o Xangô é de energia refreadora, em termos práticos, coloca o método no pensamento ágil gerado pela Orixá Iansã. Conseqüentemente, esta Iabá está diretamente ligada aos avanços tecnológicos, e não apenas as mudanças climáticas.

Em função de sua característica básica de estar ligada diretamente ao intelecto, a Orixá Iansã foi associada ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Iansã na Umbanda.[7]

Assim podemos dizer que os Orixás, depois de atravessarem os diversos planos e sub-planos e chegarem até nós, nos apresentam infinitas formas de auxilio, através de suas combinações e desdobramentos. Poderíamos com isso, trazendo para linguagem de terra tentar resumir os “assuntos” a que cada um essencialmente atuaria e auxiliaria. Assim temos:

· Oxoce – saúde, energia vital, fisiologia, farmacologia, sociedade, trabalho em grupo.

· Ogum – defesa, energia propulsora, conquista.

· Xangô – equilíbrio, discernimento, justiça, estudo.

· Omulu – consciência de karma, transmutação kármica, magia,

· Oxum – equilíbrio emocional, amor, concórdia

· Iemanjá – união familiar, formação familiar, bens materiais

· Iansã – inteligência, avanços tecnológicos, mudanças, transformações materiais